Américo da Costa

Américo da Costa nasceu no Porto a 13 de Junho de 1896. Emigrou para França em junho de 1919 com um contrato de trabalho para as minas do Creusot, onde se manteve até 1921. Residiu depois em Vouziers e Paris, acabando por se instalar em Rouen, cidade industrial ligada à indústria química. Viveu maritalmente com uma francesa, com quem teve quatro filhos. Apesar de filado na CGT, central sindical afecta ao Partido Comunista Francês, não parece ter mantido uma actividade política. Em 1938 foi preso e condenado a 5 anos de reclusão e 10 de interdição de estadia em França, por “abuso sexual e agressão”, nos termos do processo pessoal, condenação seguida da expulsão do território francês por decreto administrativo de 15 de junho de 1939. Cumprida a pena, foi enviado em outubro de 1943, por ordem do Perfeito do departamento do Gard, para o campo do Vernet. Foi internado no quarteirão C, destinado aos “suspeitos do ponto de vista nacional”, na barraca n° 41. Apesar do pedido de repatriamento para Portugal ter sido validado pelo director do campo, encontrava-se ainda internado na data da evacuação alemã, a 30 de Junho de 1944. Deportado para Dachau, Américo da Costa sobreviveu ao sistema concentracionário nazi. Regressou a França a 27 de julho de 1945, tendo sido repatriado pelo centro de Estrasburgo.

Américo da Costa est né à Porto, le 13 juin 1896. Il émigre en France en juin 1919, muni d'un contrat de travail pour les mines du Creusot, où il reste jusqu’en 1921. Il réside ensuite à Vouziers, puis à Paris, mais finit par s’installer définitivement à Rouen, ville industrielle liée à l’industrie chimique. Il vit maritalement avec une française, avec qui il a quatre enfants. Malgré son affiliation à la CGT, il ne semble pas avoir eu d’activité politique. En 1938, il est arrêté et condamné à cinq ans de réclusion et dix ans d’interdiction de séjour en France, pour “abus sexuel et agression”, selon les termes du procès, et la condamnation est suivie d’un arrêté d'expulsion du territoire français, daté du 15 juin 1939. Après avoir purgé sa peine, il est envoyé, en octobre 1943, sur ordre du préfet du Gard, dans le camp du Vernet. Il est interné dans le quartier C, destiné aux “suspects du point de vue national”, baraque 41. Bien que la demande de rapatriement au Portugal ait été acceptée par le directeur du camp, il est toujours au Vernet lors de l’évacuation par les allemands, le 30 juin 1944. Déporté à Dachau, Américo da Costa survit au système concentrationnaire nazi. Il revient en France le 27 juillet 1945, rapatrié par le centre de Strasbourg.