Émile Marcel Henry

Émile Marcel Henry era filho de um comerciante e vice-cônsul francês em Moçambique. Nasceu em Lourenço Marques a 3 de Setembro de 1920. Aos 8 anos foi mandado estudar para um colégio interno em França; alguns anos mais tarde juntou-se aos pais que residiam então em Portugal. Viveu em Lisboa e no Porto. Atleta na modalidade de Remo foi apurado para os Jogos Olímpicos de Helsínquia de 1940, que não se realizaram devido à eclosão do conflito. Por ter a nacionalidade francesa, foi compelido a regressar de Portugal a França, para cumprir o serviço militar, tendo sido incorporado numa unidade de “Chasseurs Alpins” (Caçadores Alpinos). Foi desmobilizado depois de a França ter assinado o Armistício com a Alemanha a 22 de Junho de 1940. Émile Henry residiu em Cannes até 1943, altura em que foi requisitado para o Serviço de Trabalho Obrigatório (S.T.O), mas não compareceu à convocatória. Nessa altura, Émile tentou atravessar a fronteira, quiçá para se juntar às Forças Francesas Livres. A 8 de Abril de foi preso a bordo do comboio que ligava Prades a Osseja, na fronteira-franco-espanhola, junto a Andorra, numa tentativa clandestina de passar a fronteira. Internado na prisão de Mont-Louis, nos Pirinéus Orientais, e transferido pouco depois para Compiègne. A 25 de Junho de 1943 foi deportado para Buchenwald, no que foi o primeiro transporte de massa em direcção a este campo, onde chegou dois dias depois. A terrível experiência concentracionária foi relatada, ainda em 1945, por Émile Henry no livro “A Morte Lenta. Memórias dum Sobrevivente de Buchenwald”, na Editorial Ibérica (Porto) de que se conhecem pelo menos duas edições de 100 exemplares, que esgotaram no início de 1946.

Émile Marcel Henry est le fils d’un commerçant français, vice-consul au Mozambique. Il est né à Lourenço Marques le 3 septembre 1920. A 8 ans, il est envoyé étudier dans un pensionnat en France. Quelques années plus tard, il rejoint ses parents qui résident alors au Portugal, et a habité à Lisbonne et à Porto. Athlète dans la catégorie aviron, il est sélectionné pour les Jeux Olympiques d’Helsinki de 1940, qui seront toutefois annulés du fait de la guerre. Il rentre en France pour accomplir son service militaire, étant incorporé dans une unité de “Chasseurs Alpins”. Après l’Armistice du 22 juin 1940, il est démobilisé et s’installe à Nice, puis à Cannes où il reste jusqu’en 1943, lorsqu’il est réquisitionné pour le Service de Travail Obligatoire (S.T.O.). Réfractaire, il tente de traverser la frontière, peut-être pour rejoindre les Forces Françaises Libres. Le 8 avril 1943, il est arrêté à bord du train qui reliait Prades à Osseja, à la frontière franco-espagnole, près d’Andorre, dans une tentative de passage clandestin de la frontière. Il est d’abord interné à la prison de Mont-Louis, dans les Pyrénées Orientales, puis il est transféré au camp de Compiègne pour peu de temps. Le 25 juin 1943, il est déporté dans le premier transport de masse parti à destination de Buchenwald, où le train arrive deux jours plus tard. Émilie Henry a survécu à la déportation et, dès 1945, il témoigne de sa terrible expérience concentrationnaire dans le livre “La mort lente. Mémoires d’un survivant de Buchenwald”, édité à Porto (’Editorial Ibérica). On en connait au moins deux éditions de 100 exemplaires, épuisées depuis début 1946.