Ermelinda Rosa dos Santos nasceu no Porto a 13 de Dezembro de 1913. A família emigrou para França no início dos anos 20 e instalou-se em Étupes, no departamento do Doubs, perto da fronteira com a Suíça, onde nasceu já o irmão mais novo, Emile, em 1925. Com a radicação em França, alterou o nome para Émilienne, sendo este que figura na documentação francesa. Casou-se com Francisco dos Santos Viana, um emigrante português nascido a 3 de Fevereiro de 1909 em Santiago de Anha (Viana do Castelo). Emilienne era estenografa-dactilografa na fábrica da Peugeot, em Sochaux, e Francisco marceneiro. No final dos anos 30, o casal solicitou a naturalização, que lhe foi concedida pela França de Vichy em Fevereiro de 1942. Emilienne adere ao movimento de Resistência Front National (Frente Nacional), em Maio de 1943, integrando o grupo Albert Lemerle. Empregada de escritório, a função dá-lhe acesso a informações sobre a produção de peças para veículos militares e aviões alemães, que passava aos Aliado. Foi o caso nomeadamente dos planos do motor BMV, ou cópias dos relatórios de visitas a fábricas alemãs pelos técnicos da Peugeot. Paralelamente, Emilienne deu apoio ao irmão, activo na Resistência, escondendo armas e patriotas, que Emile ajudava depois a atravessar a fronteira suíça. Este acabou por ser morto pelos alemães, que descobrem junto ao corpo uma carta de Emilienne em que mencionava um relatório da fábrica de Fallersleben, e um documento que continha o programa de fabricação da Peugeot. Émilienne foi presa pela polícia alemã a 8 de Junho de 1944, e encarcerada no estabelecimento prisional de Besançon. Em finais de Julho foi interrogada na sede da Feldgendarmerie, em Chamars, por oficiais alemães que lhe anunciaram que seria fuzilada por espionagem a favor do inimigo. A nacionalidade portuguesa de Émilienne teria-a protegido da execução da pena, alegada pelo advogado da Resistência, Paul Kloch, para demover as autoridades alemãs da sua execução imediata. A 3 de setembro de 1944, foi deportada sem julgamento para a prisão militar de Fribourg em Brisgau, vindo a ser libertada a 22 de Abril de 1945.
Ermelinda Rosa dos Santos est née le 13 décembre 1913, à Porto. Sa famille émigre en France au début des années 1920 et s’installe à Etupes, dans le département du Doubs, près de la frontière avec la Suisse. C’est ici qui est déjà né son frère Emile, en 1925. Ermelinda change son prénom en Emilienne, c’est celui-ci qui figure sur ses documents français. Elle se marie avec Francisco dos Santos Viana, un immigrant portugais né le 3 février 1909 à Santiago de Anha (Viana do Castelo). Francisco est menuisier, tandis qu'Emilienne est steno-dactylo à l’usine Peugeot, à Sochaux. A la fin des années 1930, le couple demande sa naturalisation, qui leur est attribuée par la France de Vichy, en février 1942, en raison de la situation de prisonnier de guerre de Francisco. Emilienne adhère au mouvement de Résistance Front National, lié au PCF, en mai 1943, et intègre le groupe d’Ambert Lemerle. Employée de bureau, sa fonction lui donne accès à des informations confidentielles sur la production de pièces pour les véhicules militaires et les avions allemands, et qu’ellle transmet aux Alliés. C’est notamment le cas des plans du moteur BMV ou des copies de rapports de visite de techniciens de Peugeot aux usines allemandes. Parallèlement, Emilienne épaule son frère dans son action dans la Résistance (cache d’armes, aide aux patriotes, franchissement de la frontière avec la Suisse). Lorsque Emile est tué par les Allemands, ceux-ci découvrent sur son corps une lettre dans laquelle Emilienne mentionne un rapport de l’usine de Fallersleben, ainsi qu'un document contenant le programme de fabrication de Peugeot. Emilienne est arrêtée par la police allemande le 8 juin 1944 et incarcérée à la prison de Besançon. Fin juillet, elle est interrogée au siège de la Feldgendarmerie, à Chamars, par des officiers allemands qui lui annoncent qu’elle sera fusillée pour « espionnage en faveur des ennemis du Reich ». Toutefois, sa nationalité portugaise l’aurait protégée, car Paul Kloch, l’avocat de la Résistance, l’invoque pour convaincre les autorités allemandes de ne pas l’exécuter immédiatement. Le 3 septembre 1944 elle est déportée sans jugement à la prison militaire de Fribourg à Brisgau. Elle est libérée le 22 avril 1945.