João Ferreira Fernandes nasceu a 15 de Outubro de 1907, em Adaúfe (Braga). Emigrou para a aldeia de Sampaio, na parte galega do parque natural da Peneda-Gerês, em 1930, e casou-se dois anos depois com Eutimia González, em Lovios. Segundo a memória local, alguns homens da aldeia, entre eles João Ferreira Fernandes, deslocaram-se para a Catalunha para trabalhar nas minas de Sallent, onde foram surpreendidos pela guerra civil, acabando por combater no exército republicano. Após a queda de Barcelona, João Ferreira Fernandes refugiou-se em França, sendo internado num dos campos de refugidos do Sul de França e transferido para o campo de Gurs em Abril de 1939, que acabara de abrir para desobstrução dos campos dos Pirinéus Orientais. Sem alternativas para sair dos campos, João Ferreira Fernandes acabou por integrar, em Fevereiro de 1940, a Companhia de Trabalhadores Estrangeiros n°251, que comportava um importante número de internados portugueses de Gurs. Colocada ao serviço do 18° Corpo de Exército para trabalho nas fortificações militares de Verdun, a CTE n° 251 foi enviada para o Bois des Moines, em Châlons-sur-Marne, mas acabou por ser retirada da zona de guerra na véspera da ofensiva alemã por indisciplina e receio de insubordinação por parte das autoridades militares, devendo os trabalhadores regressar a Gurs. No entanto, João Ferreira Fernandes acabou por ficar na região de Angoulême, tendo sido internado no campo de refugiados espanhóis de Les Alliers, em Angoulême. A 20 de Agosto de 1940 foi deportado para Mauthausen, onde foi registado com o nº 3.929. Mais tarde, a 17 de fevereiro de 1941, foi transferido para o mortífero campo satélite de Gusen (n° 10.381), onde faleceu a 19 de dezembro desse ano. A viúva, que residiu sem interrupção em Espanha, foi indemnizada nos anos 60 pelo governo alemão no âmbito das reparações concedidas às vítimas do regime nacional-socialista, graças a uma certidão de óbito passada a 31 de Agosto de 1950 pelo Registo Civil do Ministério dos Antigos Combatentes e Vítimas de Guerra francês.
João Ferreira Fernandes est né le 15 octobre 1907 à Adaúfe, dans le district de Braga. En 1930, il émigre en Espagne, dans le village de Sampaio, partie galicienne du parc naturel de Peneda-Gerês et deux ans plus tard, il épouse Eutimia González, à Lovios. Selon la mémoire locale, quelques hommes du village, dont João Ferreira Fernandes, sont partis en Catalogne pour travailler dans les mines de Sallent. Lorsque éclate la guerre civile, ils combattent dans l’armée républicaine. Après la chute de Barcelone, João Ferreira Fernandes se réfugie en France et est envoyé dans un des camps de réfugiés. Puis, en avril 1939, il est transféré au camp de Gurs, qui venait d’ouvrir pour désengorger les camps des Pyrénées Orientales. Faute de pouvoir sortir du camp, João Ferreira Fernandes intègre en février 1940, la Compagnie de Travailleurs Etrangers (CTE) n°251, qui comptait un nombre important de réfugiés portugais de la guerre d’Espagne. La CTE n°251, est mise au service du 18° Corps d’Armée dans les fortifications militaires de Verdun et envoyée au Bois-de-Moines, à Châlons-sur-Marne. Mais à la veille de l’offensive allemande, la CTE est retirée de la zone de guerre par les autorités militaires, pour indiscipline et par crainte d’insubordinations. La plupart des travailleurs doivent rentrer au camps de Gurs. Cependant, João Ferreira Fernandes se retrouve dans la région d’Angoulême, interné dans le camp de réfugiés espagnols de « Les Alliers ». Le 20 août 1940, il est déporté à Mauthausen, dans le convoi de républicains espagnols. Il est enregistré sous le n°2.929. Plus tard, le 17 février 1941 il est transféré dans le camp satellite de Gusen, à la sinistre réputation, il reçoit alors le n°10.381. Il décède à Gusen le 19 décembre 1941. Sa veuve, qui n’avait pas quitté l’Espagne, a été indemnisée dans les années 60 par le gouvernement allemand dans le cadre des réparations concédées aux victimes du régime national-socialiste, grâce au certificat de décès délivré le 31 aout 1950 par le Registre Civil du Ministère français des Anciens Combattants et Victimes de Guerre.