José de Oliveira Varzia

José de Oliveira Varzia, nasceu a 7 de outubro de 1895, em São João de Bastuço, no concelho de Barcelos, filho de Francisco Oliveira, jornaleiro, e de Maria Vareia. O primeiro contacto com a França deu-se em 1917, certamente no âmbito da convenção de mão-de-obra de Outubro de 1916 assinada entre a França e Portugal. Trabalhou em Fumel, no departamento de Lot-et-Garonne, numa das fábricas metalúrgicas que produzem material de guerra, e cuja premente necessidade de mão-de-obra leva à contratação de numerosos estrangeiros. Com o fim da guerra, regressa a Portugal tal como previsto no acordo franco-português que esteve em vigor apenas durante o período de guerra. Mas em 1923, regressa a França, instalando-se em Villars, no departamento de Loire, região mineira onde existia uma pequena comunidade portuguesa, e onde, no final dos anos 30, tinha sido fundada uma secção da Federação dos Emigrados Portugueses em França, de orientação comunista. Casou-se com Maria Juban e na data da sua detenção era barbeiro. Foi condenado, a 16 de Outubro de 1939, a 6 meses de prisão pelo tribunal de St.-Etienne por infracção ao decreto de expulsão, e, como era corrente, foi transferido no final da pena para o campo do Vernet, campo repressivo para estrangeiros aberto em Setembro de 1939, para repatriamento. No entanto, manteve-se no campo até 30 de Junho de 1944, data em que os alemães evacuam o campo levando consigo os últimos internados do Vernet. Foi deportado para Dachau integrado no “Comboio fantasma”. Á chegada ao campo foi registado com o número 94.255. Segundo a sua ficha em Dachau, media 1,67m, tinha rosto oval, olhos castanhos e cabelo grisalho, e, para além do português e do francês, falava também espanhol e italiano, certamente devido ao meio cosmopolita de Villars, onde trabalhavam numerosos trabalhadores estrangeiros. Sobreviveu à deportação, tendo sido repatriado em Junho de 1945 após a libertação do campo pelas tropas norte-americanas, e acolhido no centro de Mulhouse, regressando a Villars.

José de Oliveira Varzia est né le 7 octobre 1895 à São João de Bastuços, Barcelos. Il est le fils de Francisco Oliveira, vendeur de journaux, et de Maria Vareia. Son premier contact avec la France date de 1917, probablement dans le cadre de la Convention de main d’oeuvre d’octobre 1916, signée entre la France et le Portugal. Il travaille à Fumel (Lot-et-Garonne), dans l’une des usines métallurgiques qui produisaient du matériel de guerre, et où, du fait du besoin permanent de main d’œuvre, on recrutait beaucoup d’étrangers.  A la fin de la guerre, il rentra au Portugal, comme le prévoyait l’accord franco-portugais, limité à la durée de la guerre.  Mais dès 1923, il est de retour en France. Il s’installe à Villars (Loire), région minière où existe une petite communauté portugaise, et où, à la fin des années 30, est fondée une section de la Fédération des Emigrés Portugais en France (FEPF), d’orientation communiste. Il épouse Maria Juban et, en 1939, à la date de sa détention, il est barbier. Le 16 octobre 1939, il est condamné à 6 mois de prison par le tribunal de St. Etienne pour infraction au décret d’expulsion et, comme c’était courant, à la fin de sa peine, il est transféré au camp du Vernet pour rapatriement. Ce camp répressif est ouvert depuis septembre 1939 pour les étrangers en attente d’expulsion. José de Oliveira Varzia est retenu au Vernet jusqu’au 30 juin 1944, date à laquelle les Allemands l’évacuent et emmènent avec eux les derniers prisonniers du camp. Il est déporté à Dachau par le “Train Fantôme”. A l’arrivée au camp, il est enregistré avec le matricule 94.255. Selon son dossier à Dachau, il mesurait 1,67m, avait le visage ovale, les yeux marrons et les cheveux gris. Outre, le portugais et le français, il parlait l’espagnol et l’italien, probablement pour avoir vécu dans le milieu cosmopolite de Villars où travaillaient beaucoup d’étrangers. Il survit à la déportation et est rapatrié en France en juin 1945, après la libération de Dachau par les troupes américaines. Il revient à Villars, après être passé par le centre de rapatriement de Mulhouse.