José Vieira

José Vieira nasceu a 4 de Março de 1907, em Valênça. Emigrou para França na década de 20, e acabando por se radicar na região mineira de Longwy. Operário nas Aciéries de Longwy, casou-se com uma filha de emigrantes italianos. Entrou muito cedo na Resistência, colaborando com vários grupos existentes na região, mas em Maio de 1941 aderiu ao movimento da resistência comunista Front National (FN). Com a conivência da esposa, também ela resistente, o domicílio de José Vieira servia de caixa de correio e de esconderijo de patriotas. Encarregado da recepção e distribuição de propaganda do FN no sector de Longwy, dedicou-se também ao recrutamento de resistentes e à protecção de agentes na clandestinidade de passagem pelo sector. Denunciado, José Vieira foi detido no local de trabalho pela polícia francesa, a 3 de Fevereiro de 1942. Encarcerado em Briey, foi transferido para Compiègne no mês de Março, mas regressou a Nancy para ser julgado pelo Tribunal Militar alemão, em Julho de 1942. Condenado a 5 anos de trabalhos forçados na Alemanha, foi deportado a 24 de Julho para a prisão de Rheinbach, onde permaneceu duas semanas, sendo depois transferido para a de Siegbourg. Foi forçado a trabalhar na Rheinische Zellwolle, uma fábrica de viscose e celulose, situada na periferia da cidade. As condições de trabalho eram terríveis devido à evaporação de gases tóxicos e aos maus tratamentos infligidos pelos contra-mestres (kapos). A alimentação insuficiente e intragável, sendo a fome uma constante, particularmente sofrida pelos mais jovens. José Vieira não perdia uma oportunidade para sabotar a produção da fábrica ou favorecer as acções de resistência dos camaradas de trabalho. Apesar de uma saúde periclitante, José Vieira sobreviveu à deportação. Foi libertado pelas tropas americanas a 10 de Abril de 1945, mas guardou sequelas físicas irreversíveis.

José Vieira est né le 4 mars 1907, à Valença. Il émigre en France dans les années 20 et finit par s’installer dans la région minière de Longwy. Ouvrier dans les Aciéries de Longwy, il se marie avec une fille d’émigrants italiens. Très tôt, il s’engage dans la Résistance et collabore avec plusieurs groupes de la région. En mai 1941, il adhère au Front National, mouvement de la résistance communiste.  Avec la connivence de son épouse, elle aussi résistante, leur domicile sert de boite à lettres et de cachette pour les patriotes. Chargé de la réception et de la distribution de la propagande du FN dans le secteur de Longwy, il s’occupe également du recrutement de résistants et de la protection d’agents clandestins de passage dans le secteur. Dénoncé, José Vieira est arrêté à son travail par la police française, le 3 février 1942. Détenu à Briey, il est transféré à Compiègne en mars, puis ramené à Nancy pour être jugé par le tribunal militaire allemand, en juillet 1942. Condamné à 5 ans de travaux forcés en Allemagne, il est déporté le 24 juillet à la prison de Rheinbach, où il reste deux semaines, puis il est transféré à la forteresse de Siegbourg. Il est contraint de travailler à la Rheinische Zellwolle, une usine de viscose et cellulose située à la périphérie de la ville. Les conditions de travail étaient déplorables du fait de l’évaporation de gaz toxiques et de la maltraitance infligée par les surveillants (kapos). L’alimentation était insuffisante et immangeable, ce qui provoquait une quasi famine constante, dont souffraient particulièrement les jeunes. José Vieira ne ratait jamais une occasion de saboter la production de l’usine ou de favoriser les actions de résistance de ses camarades de travail. Malgré une santé précaire, José Vieira a survécu à la déportation. Il est libéré par les troupes américaines, le 10 avril 1945, mais il reste avec des séquelles physiques irréversibles.